Agência: Radioagência Nacional
Período de operação: desde 2004
Website: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional
Tipo: radioagência
Segmento/Setor: generalista
Serviços: áudio
Escala: nacional
Redação central: Brasília – DF
CNPJ: 09.168.704/0001-42
Razão social: Empresa Brasil de Comunicacao S.A. – EBC
Proprietários: EBC (Empresa Brasil de Comunicação)
Fundadores: Governo Federal
A Radioagência Nacional (RN) é a divisão de distribuição de áudio da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), tratada como um setor distinto da Agência Brasil e da Rádio Nacional, com equipe própria, embora seja administrativamente subordinada à ABr. A Radioagência Nacional foi criada em 2004, três anos antes da fundação da EBC, na gestão de Eugênio Bucci como presidente da Radiobrás. Como toda radioagência, a RN produz material sonoro distribuído para emissoras de rádio, o que é particularmente útil para estações pequenas do interior, de periferias e de regiões preteridas, como a Amazônia e o Centro-Oeste.
De acordo com a própria RN (2024), “são, em média, 40 matérias por dia e áudios gravados e acessados por mais de 4.500 emissoras de rádio, alcançando milhões de ouvintes”. Esse material é, em média por mês, “replicado mais de 500 mil vezes por cerca de 300 mil usuários, impactando milhões de ouvintes” (Alves, 2024).
Assim como a Agência Brasil, a Radioagência Nacional é tratada pela EBC (e pela Ouvidoria Cidadã) como “veículo”, embora agências de notícias não sejam veículos de comunicação. Da mesma forma, tampouco há logística de distribuição nem assinaturas, empurrando para as emissoras o esforço de “ir buscar” os materiais desejados no website da EBC.
Em contraste, Mustafá et al. (2021) definiram a RN como “um dos braços da Agência Brasil”:
A Radioagência Nacional é um dos braços da Agência Brasil, pertencente à Empresa Brasil de Comunicação que produz e disponibiliza programas gravados gratuitamente, utilizados principalmente por emissoras do interior do Brasil. A Radioagência Nacional produz conteúdos em áudio que são apresentados no canal com um título e uma breve descrição sobre o tema abordado. O internauta pode ouvir a reportagem na página ou pode baixá-la para reproduzir na sua rádio ou para ouvir em outro momento no computador, notebook ou celular. Além disso, ele pode compartilhá-lo pelo aplicativo de WhatsApp, nas redes sociais como Instagram e Twitter, e ainda no share on LinkedIn.
(Mustafá et al., 2021, p. 4)
Vieira e Nitahara (2024) registram que, desde fevereiro de 2023, a RN produz também podcasts.
Por ocasião do 20º aniversário da RN, a própria agência publicou uma matéria de teor institucional ressaltando o seu papel de comunicação de serviço público, como dito em entrevista da então coordenadora da radioagência, Izabella Silveira:
Diariamente oferecemos matérias, boletins, entrevistas. Temos conteúdos especiais, como os programetes e os podcasts que são reconhecidos pela sociedade, premiados. Considerando a quantidade de vazios informacionais que temos no país, locais [a]onde as notícias não chegam, a Radioagência é uma grande ferramenta para outras rádios, democratizando a informação e garantindo um direito básico para outros brasileiros.
(Alves, 2024)
Em seguida, porém, a Ouvidoria Cidadã da EBC criticou a postura da estatal em relação à radioagência, afirmando que o site da RN é “escondido dentro da página da Agência Brasil” desde 2020, sem destaques no menu de navegação e no portal institucional.
Esse tipo de serviço é uma continuidade da forte ligação institucional e operacional entre as agências de notícias estatais brasileiras (Agência Nacional, EBN e Agência Brasil) e as rádios públicas desde a década de 1930. Assim como a AN tinha uma divisão de rádio dentro da estrutura do DIP (1939-1945), além de produzir o programa A Voz do Brasil, e a EBN foi subsumida na Radiobrás em 1988, a Agência Brasil foi criada como um serviço da Radiobrás em 1990 e assim continuou até a fundação da EBC, em 2007.
Outras radioagências no Brasil, privadas ou alternativas, são a Agência Rádio 2 de Notícias, a BR2 (Brasil Rádio em Rede), a Radioweb e a Brasil61, ex-ARB (Agência do Rádio Brasileiro). No passado, o país já teve a Agência Brasileira de Serviço de Rádio (1941) e a Radiopress (1929-1963).
Como citar:
AGUIAR, Pedro. Radioagência Nacional. História das Agências de Notícias Brasileiras e das Agências de Notícias Estrangeiras no Brasil [documento eletrônico]. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2025. Disponível em https://agenciasdenoticias.uff.br/2025/03/25/radioagencia-nacional/.
Referências bibliográficas:
ALVES, Tatiana. Radioagência Nacional celebra 20 anos abastecendo rádios pelo Brasil. Radioagência Nacional, Brasília, 11 de outubro de 2024. Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/geral/audio/2024-10/radioagencia-nacional-celebra-20-anos-abastecendo-radios-pelo-brasil, acesso em abr./2025.
EBC. Radioagência Nacional completa 19 anos de conteúdo radiofônico online. Agência Brasil, 11 de outubro de 2023. Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-10/radioagencia-nacional-completa-19-anos-de-conteudo-radiofonico-online, acesso em abr./2025.
MUSTAFÁ, Izani; SOUSA, Leila; CARVALHO, Michelly; BRITTO, Nayane de. A pauta racial na Radioagência Nacional, veículo de comunicação da EBC. XIII Encontro Nacional de História da Mídia, Anais… Ouro Preto (MG): Rede AlCar, 2021. Disponível em https://redealcar.org/wp-content/uploads/2021/08/18_gt_historiadamidiasonora.pdf, acesso em abr./2025.
OUVIDORIA CIDADÃ DA EBC. Radioagência Nacional completa 20 anos e segue escondida pela EBC. s/l, 14 de outubro de 2024. Disponível em https://ouvidoriacidadaebc.org/radioagencia-nacional-completa-20-anos-e-segue-escondida-pela-ebc/, acesso em out./2024.
RADIOAGÊNCIA NACIONAL. Sobre a Radioagência. 27 de setembro de 2024. Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/sobre, acesso em abr./2025.
VIEIRA, Isabela; NITAHARA, Akemi. O panorama dos podcasts jornalísticos na Empresa Brasil de Comunicação. 47º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Anais… Balneário Camboriú (SC): Intercom, 2024. Disponível em: https://sistemas.intercom.org.br/pdf/submissao/nacional/17/062120241639286675d6f080517.pdf, acesso em abr./2025.